
Fomos jantar, desses jantares pop up que tanto fazemos com a Inês e com o Zé.
Falamos do mundo, do Chile, dos chilenos, do trabalho, da Europa e do que partilhamos durante a semana… artigos da Visão, noticias do Observador, blogues de viagens, páginas do Facebook de um grupo de pessoas que estão a atravessar o Índico em veleiro… de viagens…
Adoramos o subject da sabática!
Eu e a Inês (sim, quem acompanha os meus posts já deve estar confundido, mas sim, tenho várias amigas com o mesmo nome que eu no Chile! Até temos um grupo para combinar almoços que se chama “Ineses”!), partilhamos um passado e um futuro.
Ambas vivemos em Madrid, ambas adoramos claras e croquetas e adorámos viver lá, ambas viajamos pelo mundo a trabalhar…
E ambas sonhamos acordadas com as sabáticas e discutimos as várias versões e formas que podem ter, a duração ideal, o itenerário, o meio de transporte… e o que deviam incluir sim ou sim, que pode incluir lavar WCs para comer, ver nascer um bezerro, fazer uma vindima, criar um filho com o pé na areia, apanhar café, sei lá… essas coisas… que um dia gostávamos de fazer e partilhamos quando nos lembramos e queremos acrescentar a nossa bucketlist pessoal!
Conversa puxa conversa, e de tantos blogues que lemos, histórias de malta que viajam que ouvimos e de tantos viajeiros conhecer, resumimos tudo em 3 tipos de pessoas que viajam no mundo (eu adoro categorias… vamos lá):
-
Os que “Falam, falam, mas não os vejo a fazer nada”
Os que sempre dizem que gostavam de viajar e acabam por nunca pedir-se a sabática
Neste tipo de pessoas, estou incluida eu, a Inês,… ai tanta gente… há espera do dia em que vamos ser despedidos e isso nunca acontece… Somos promovidos, mudam-nos de país, aumentam-nos, alguns temos filhos… e pois… claro a sabática fica em 3° plano…
Mas continua ali como a nossa cenoura a frente do burro… Poupamos para um dia… Já temos dinheiro para dar 3 voltas ao mundo, mas depois “ah, compramos uma casa!” e volta tudo à estaca zero e então continuamos a trabalhar, para um dia… quem sabe…
Parece que esse dia nunca chega, nunca é um bom momento, e acabamos a viajar através de blogues alheios, de pessoas que conhecemos pelo caminho e estão sim de viagem e nas nossas cabeças e nas nossas viagens express…
Em que pensamos, se não tivessemos dinheiro não poderiamos fazer esta viagem assim de 4 dias a San Andrés desde o Chile, “quem faz isto num fim-de-semana prolongado?”, pois só pessoas como nós… Claro, porque trabalhamos para isso, porque merecemos… e porque… gastamos pequenas fortunas em vacaciones express porque o que nos falta são outras coisas para fazer uma sabática!
-
Os ricos!
Conta do banco recheada desde o tempo dos avós e que vai durar umas boas gerações mais, mesmo que todos decidam não fazer nada…
Pois, estes são como as bruxas… ninguém os vê, mas que os há, há!
Encaixam-se neste tipo as famílias com 4 filhos que vendem a casa para viajar… Os que não têm de preocupar-se quando voltarem um dia… Os que podem contratar um professor que os acompanha para fazer o home study dos filhos… Os que têm trabalho garantido na empresa do pai, ou os que simplesmente não precisam de trabalhar!
-
Os loucos!
E sim… estes são os que TODOS queremos ser…
Esses loucos que vão contra o sistema, levam os filhos em veleiros e contentam-se com contá-los ao fim do dia e perceber que continuam todos ali.
Esses que não têm nem prazo, nem destino, que vão ao sabor do que lhes apetece no momento, esses que sairam com dinheiro para 6 meses e ficaram a viajar 6 anos, porque descubriram que podem dar aulas de surf quando precisam de dinheiro ou que podem trabalhar num hostel, os que planeiam pedalar 15.000km em dois anos sem ser fanáticos do desporto, esses que dizem que não é preciso dinheiro para viajar… e que não se preocupam com o futuro…
Esses que não têm nada de especial e claramente têm!! Esses que são pessoas completamente normais, como tu e eu… mas que tiveram a coragem! Esses que queremos ser um dia… e sonhamos como são as suas vidas e viagens…
Ok, ok, todas estas categorias são muito radicais… e sempre vai haver excepções, mas gostei destas definições…
Os que “Falam, falam” sempre vamos querer ser os “Loucos”.
Os “Ricos” acham que são “Loucos” sem sê-lo…
E os “Loucos” vão dizer, como tantos que já conheci e sigo, que “não têm nada de especial” 🙂
Sinto-me tantas vezes na primeira categoria, mas ansiando grandemente em partir para a terceira. Há anos eu e minha companheira pensamos em tirar um ano sabático com nossa filha, mas ainda não conseguimos. Mas em breve esse sonho há de se tornar realidade. Enquanto isso, vamos viajando sempre, como podemos. Adorei a postagem. Abraços!!
Boa Fábio!! Estamos iguais então! Mas eu ainda não tenho filhos! Aí o desafio ainda é maior!!! Conta quando se aventurar!!! 🙂
Adorei o post!!! Se bem que não consegui me incluir em nenhuma das categorias… Se tem uma coisa que ainda não tenho vontade de fazer é um sabático. Prefiro fazer várias viagens mais curtas durante o ano, mas voltando pra casa pelo menos uma semana entre elas.
Pois é, quando um lê muito sobre viagens entra sempre esse bichinho de que quem desfruta a sério larga tudo e vai viver o sonho… mas afinal há outras formas de viver os sonhos, não é mesmo? 🙂
Acho que faço parte dos loucos! Larguei todas as minhas colaborações para ter o Viaje Comigo e viajar mais… mas definitivamente não sou as outras duas hipóteses! Mas não me importava de ser rica! 😀 😀
ahaha quem não!! Ajuda sempre não? Admiração por ser dos “loucos”, quando soube que era o momento certo?
Essa é a vida… cada um no seu grupo, muitos deixando seus sonhos de lado e a vida passa, realmente precisa ser louco para realizar seus sonhos hoje em dia… e que nossa loucura se espalhe por ai
É mesmo… mas quando é o momento certo? E quando temos vários sonhos? E quando chega o medo do “voltar” a uma vida normal e de que não corra bem?
Em que categoria me encontro? Não sou rica. Já deixei de falar e fiz. Mas ainda estou dentro do planejado! Deve ser uma questão de tempo pra entrar na categoria de “louca”rs
Ahah pois, o problema das categorias é que encontramos sempre mais 🙂 Mas se já deixou de falar e fez, pertence ao grupo dos bons e corajosos e isso é que é importante!!
Vivo entre a primeira e a terceira, mas, com certeza não a segunda. Mas estou me preparando para entrar definitivamente na categoria dos “loucos”
Que bom Luciana!! Todos queremos ser loucos, lá no fundo 🙂
Um dos artigos mais interessantes que já li. Excelente reflexão sobre a viagem e o viajar. Eu revi-me um pouco em algumas partes. Estou neste momento a tentar mudar de vida e a construir um caminho que me permita viajar e ser blogger do Viajar pela história. E tenho uma filha pequena que desde os 3 meses me acompanha 🙂
Boa Catarina! Nao sabia que tinhas uma filha!! Assim o desafio ainda é maior!! 🙂
Puxa…. como é duro ler sobre a realidade!
hahahaha
Poderia dizer que estou na primeira categoria (mas não bem propriamente), mas com o desejo da liberdade que os loucos da 3° categoria (se eu fosse mais jovem…. mais corajosa…..)
Pois é… e a dura realidade é que somos mais jovens hoje, do que vamos ser amanhã!! eheh 🙂
Quero ser os 3 pode? Queria ser a rica! Mas já devo ter ultrapassado a barreira do sabática pro louca! hahahahah O que importa é viajar, mais e mais! <3
ahah claro que sim 🙂 no querer está o poder, não é mesmo?
Acabei de chegar no seu blog e já adorei! Primeiro, me identifiquei porque também saí do meu país (no caso, Brasil 🙂 ) pra vir pro Chile… e ainda estou por aqui! Mas no meu caso, foi na loucura mesmo (ou seja, caso 3 hahaa).
Vim de louca, pra viajar, acabei viajando um ano e ficando… simples assim! (E tem louco pra tudo 😉 )
Que bom Camila!!! eu estou esta semana pelo Chile!! 🙂 Está gostando de estar por cá!??
Beijinhos!!